Thursday, 24 December 2015

The Manger


Luke 2:12 And this shall be a sign unto you; You shall find the babe wrapped in swaddling clothes, lying in a manger.

The more familiar the story, the more the central point can be staring us in the face without us realising it. It is not so much that familiarity breeds contempt, as that familiarity strips away the power to surprise, or even the ability to shock.
I think that is the case here. There can be no doubt that the "sign" referred to here is a key motif in the story: we are told that the shepherds found exactly what was said, and this is underlined again by the last verse - 20 And the shepherds returned, glorifying and praising God for all the things that they had heard and seen, just as it had been told to them.
So what exactly is the sign?
It isn't the "swaddling clothes". Although that is the bit that sounds odd to us, it is actually the nod towards normality in a very odd story. This is what you would expect Mary to do. This is how babies were treated. If this is the sign, it would be as if the angel spoke today and told the men to look for an infant in a small onesie, or Pampers. Not much help to certain identification there - every baby in Bethlehem was in swaddling clothes!
 
No - the sign is the manger. The odd thing for the modern reader is that this does NOT seem odd. We are so unused to mangers in our daily life, and so familiar with the word in this story, and in this story alone, that we have lost the sense of shock. We even vaguely confuse the word with "cot" or “crib”. (The latter word actually comes from an old word for “manger” – the transfer of ideas and then of sentimentality began centuries ago.) It is as if every expectant Israeli couple of the time, in making a list of requirements for the nursery, jotted down, "Get manger from IKEA" along with the Beatrix Potter wallpaper. That was where babies were put in those days.


But it wasn't. No couple planned for this. No expectant mother wanted this. Mary might not have dreamed of the option of a hospital delivery, but nor had she thought fondly of mangers. The "no room at the inn" and the M-word almost certainly imply that the final stages of labour and the birth itself occurred on the lower, outer, probably uncovered level of an inn, where guests left their pack animals. In today's context she is having her baby in the Travelodge car park.
 
While travellers wrapped themselves in their blankets and lay on the straw mattresses of the communal sleeping platform, a young girl was in labour on the level below. And when her baby arrived, the best option for warmth and safety - perhaps even to avoid trampling by someone's mule or donkey in the crowded stable area - was the feeding trough. The child is off the floor, he is on a bed of straw, it's the best she can do. But don't romanticise it. Don't sanitise it. Think donkey breath and dung and smells and rats and a pregnant woman's worst nightmare.


It shocked shepherds. It was in some ways more of a surprise to them than angels in the night time. It was a pretty convincing sign that they had found the right baby. And when we join this "sign" to the other things the angel said, the shock only deepens.
The sign of the feeding trough is to assure the shepherds that they have found "a Saviour, which is Christ The Lord". Sure - it's a good sign in that it was unambiguous: you can bet there was no other baby in a similar situation. But wasn't it also incredibly inappropriate? Wouldn't the Christ, the expected Messiah, the Lord, be arriving into the most privileged surroundings, his birth attended by the best medical teams, the news being carried by the world's media, not by a bunch of farm workers? Isn't the manger utterly twisted and perverse as a sign? Isn't something pretty screwed up here?
 
And, yes, it is. For it is the manger that is the sign of the kind of Saviour, the kind of Christ that this baby is going to be. He is not coming like Mary Poppins to wave a celestial wand and tidy up a mildly messy world. The manger is the sign that we are far too screwed up for that. The manger is the sign that the Lord is going to get involved at the most earthy level - he isn't in the palace, he doesn't have a home, he isn't even on the sleeping platform of the inn where the paying guests make themselves comfortable - he is down in the dirt, down with the poor, a displaced person who will go on down and down to the cross. 
 
Will Santa think I have been good or naughty this year? I couldn't care less! The sentimentalism of almost every Christmas tradition can only ever reduce the bigness of the News. The manger is the sign that my sin can't be measured on Santa's pathetic scales. The manger says that I am so desperately wicked that only by stepping right down to straw and dung level - and, later, to nail and blood level - can Almighty God save me.
 
And the manger says he did.
 
Oh, may we keep and ponder in our mind
God's wondrous love in saving lost mankind!
Trace we the Babe, who hath retrieved our loss,
From His poor manger to His bitter cross,
Tread in His steps, assisted by His grace,
Till man's first heavenly state again takes place.

Then may we hope, th' angelic hosts among,
To sing, redeemed, a glad triumphal song.
He that was born upon this joyful day
Around us all His glory shall display.
Saved by His love, incessant we shall sing
Eternal praise to heaven's almighty King.

(From "Christians, awake! by
John Byrom, 1692-1763)



O seguinte foi traduzido pelo Marcos Raccioppi, e depois mexi  um pouco no texto: qualquer valor na tradução é dele, qualquer erro é meu! 


A Manjedoura

Lucas 2:12 E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.

Quanto mais bem conhecida a história, tanto seu ponto mais central pode estar bem na nossa cara sem que nos demos conta dele. Não que a familiaridade gere desprezo, é mais como se a familiaridade lançasse fora o poder de nós surpreender, ou até mesmo a habilidade de nos chocar.

Eu acho que esse é o caso aqui. Não pode haver dúvida de que o "sinal" aqui referido é a chave fundamental da história: nos é dito que os pastores encontraram exatamente o que foi anunciado, e isso é sublinhado de novo pelo último verso:

20 E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. 

Então, o que exatamente é o sinal?

Não são os "panos". Apesar de isso soar um pouco estranho para nós, é realmente o aceno para a normalidade em uma história muito estranha como essa. Era isso o que se esperava de Maria. Esta é a forma de como os bebês eram cuidados. Se este fosse o sinal, seria como se o anjo, falando nos dias atuais, dissesse aos homens para procurar uma criança em um pequeno tiptop, ou usando Pampers. Não ajudaria muito para uma identificação precisa – todos os bebês em Belém eram enrolados em panos!

Não - o sinal é a manjedoura. O estranho para o leitor moderno é que isto NÃO parece estranho. Estamos tão desacostumado com as manjedouras em nossa vida diária, e tão familiarizados com a palavra nesta história, e somente nessa história, que nós perdemos a sensação de choque. Nós, até mesmo vagamente, confundimos a palavra com "berço" - a transferência de idéias e de sentimentalismo começou há séculos. É como se a cada casal israelense esperando um filho na época fizesse uma lista de presentes para o chá de bebê contendo uma “Manjedoura da TokStok", juntamente com uma “esterilizadora de mamadeiras”. Afinal, era onde os bebês eram postos naqueles dias. (Creio que este ponto soa mais forte na Inglaterra que no Brasil - existe esta confusão aí?)

Mas não era não. Nenhum casal teria se planejado dessa forma. Nenhuma gestante quereria isso. Maria certamente não poderia ter sonhado com a opção de um parto hospitalar, mas nunca tinha pensado com carinho em manjedouras. O "não quarto na pousada"  e a manjedoura quase obrigatoriamente implicam que as etapas finais do trabalho de parto e do próprio nascimento ocorreram no nível mais baixo, exterior, e provavelmente descoberto de uma pousada; lá onde os hóspedes deixavam seus animais. No contexto de hoje ela está tendo o bebê no estacionamento de um hotelzinho barato.

Enquanto viajantes envolvem-se em seus cobertores e deitam em colchões de palha em um dormitório apropriado, uma jovem estava parindo no nível abaixo. E quando o bebê chegou, a melhor opção pelo calor e segurança - talvez até mesmo para evitar que fosse pisoteada por alguma mula ou burro no estábulo lotado – era o cocho de alimentação dos animais. A criança ficaria afastada do chão, ela estaria em uma cama de palha, e era o melhor que se podia fazer. 

Mas não romantize isso. Não higienize isso. Pense na respiração do jumento, no esterco, nos cheiros, nos ratos;  o pior pesadelo de uma mulher grávida.

Isso tudo chocou os pastores. Foi, de certa forma, mais surpreendente para eles do que encontrar anjos na madrugada. Foi um sinal muito convincente de que tinham encontrado o bebê certo. E quando juntamos este “sinal” às outras coisas que o anjo disse, o choque só se aprofunda.

O sinal do cocho era para garantir aos pastores que encontrariam "um Salvador, que é o Cristo, o Senhor". Claro - é um bom sinal e bem inequívoco: você poderia apostar que não havia nenhum outro bebê em uma situação semelhante naquela noite. Mas não foi também extremamente inapropriado? Não deveria o Cristo, o Messias esperado, o Senhor, estar chegando em vizinhanças mais privilegiadas? o seu nascimento ter sido na presença das melhores equipes médicas? noticiado pelos meios de comunicação globais? e vez de por um bando de trabalhadores rurais? Não seria a manjedoura totalmente distorcida e perversa como um sinal? Não parece que alguma coisa aqui está bastante bagunçada?

E está mesmo. Pois a manjedoura é o sinal do tipo de Salvador, o tipo de Cristo, que esse bebê vai ser. Ele não está vindo como Mary Poppins,ou como uma varinha mágica celestial, para arrumar um mundo ligeiramente bagunçado. A manjedoura é o sinal de que estamos bagunçados demais para algo assim. A manjedoura é o sinal de que o Senhor vai se envolver no nível mais terreno possível - Ele não está no palácio, Ele não tem uma casa, Ele não tem nem mesmo um colchão decente para dormir naquela pousada onde hóspedes que podem pagar têm uma noite confortável - Ele está lá embaixo, na sujeira, lá embaixo com os pobres, uma pessoa completamente deslocada de sua real condição e que vai continuar descendo e descendo até a cruz.

O Papai Noel saberá se fui bonzinho ou malcriado este ano? Eu não ligo, nem um pouco! O sentimentalismo de quase todas as tradições de Natal só fazem diminuir a grandeza daquelas Novas.  A manjedoura é o sinal de que o meu pecado não pode ser medido nas escalas patéticas do Papai Noel.

A manjedoura diz que eu sou tão desesperadamente perverso que, só passando mesmo para o baixo nível de palha e esterco - e, mais tarde, para o nível de pregos e sangue - poderá o Deus Todo Poderoso me salvar.

E a manjedoura me diz que Ele o fez.

“Oh, que possamos manter e refletir em nossa mente
Maravilhoso amor de Deus em salvar a humanidade perdida!
Procuremos pelo Babe que tem recuperado nossa perda,
De sua manjedoura pobre para a Sua amarga cruz,
Trilhemos seus passos, assistidos por Sua graça,
Até que o primeiro estado celestial do homem seja restabelecido. 

Então, poderemos esperar entre anfitriões angelicais,
Para cantar, redimidos, uma canção feliz triunfal.
Ele que nasceu neste dia feliz
Em torno de nós toda a Sua glória deve exibir.
Salvo por Seu amor, incessante cantaremos
Eterno louvor ao Todo-Poderoso Rei dos Céus.” (John Byrom, 1745)

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